domingo, 15 de agosto de 2010

Lingua.

Linguas são feitas para beijar mas a gente também escreve com elas. Passa ela na tinta, depois no papel, que gosto que tem? Pode ter gosto de tudo, que é também um jeito muito complidado de dizer nada. Eu exercito minha lingua, você exercita a sua? De saliva cuspida ou com palavra dita?

Sou brasileiro, falo português, e amo minha língua, mas como minha língua é também língua de muita gente por aí, posso concluir silogisticamente pelas premissas que amo a língua de muitas pessoas. Amo a palavra e a saliva. Por que saliva é palavra mas que não há palavra que se sustente em boca seca sem saliva.

Palavra é literatura, uma lambida dadaísta. Lembre-se Dada começou com tudo. Com a palavra, com a saliva, com a palavra feita de saliva, com a saliva na palavra, com a palavra saliva e com a saliva palavra. Dada. Dada palavra e dada saliva, dá ou não dá?

Sinto falta do português e de usar ele na minha língua, na minha língua a língua. Saudade, palavra linda: de tão difícil tradução mas que não há uma língua da língua portuguesa que não sinta seu sabor amargo. Eu quando sinto saudade da língua eu beijo minha língua, ouço chico buarque e escrevo literatura. Dada começou com tudo e eu, termino.

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