sábado, 8 de maio de 2010

Literatura de Picuinhas.

Homenagem a página em branco:









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A página em branco me traz agônia, realmente. Não vejo uma sem me alterar. Pórtico para o imprescutado, ponto avante para o desconhecido, chance para o imponderável. E se por acaso me salta uma dessas coisas sujas que vivem dentro de mim? Como vou fazer, e as outras pessoas, que vão falar? Hoje me disseram que eu compro livros como quem compra bibêlos. Compro por que faço coleção?, meros objetos decorativos?. Engraçado que eu ganhei um livro-bibelô que amei, histôria de foro intímo, que você, quem quer que seja, fique de fora.

Compro livros por que eles não tem páginas em branco, se tivessem por que os compraria? E tão certo, cada livro é fixo na sua possibilidade, cada livro traz sua ordem e quem saiba essa ordem não transborde para a minha bagunça.

Com certa sagacidade me perguntarão os quatro leitores que tenho... se bem que eram cinco. Perdi um. Nunca mais tive notícias dele. Não entendo, não deixei páginas em branco! Voltando, perguntarão-me: caro Autor se não suportas as faltas de uma página sem tudo, advertência: sem nada é com tudo, então é sem tudo mesmo, por que largou uma no começo deste mesmo texto? Mas horas, quê idiotas serão estes. Está escrito, uma homenagem. Afinal, posso homenagear o que odeio, certo, ou não?

E para preencher mais uma página em branco que não suporto, este texto.

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